terça-feira, outubro 02, 2012

O problema é o sistema

Cada vez mais me convenço que o problema está no sistema. Este sistema cria condições para que as aberrações que estão hoje no poder se agarrem a ele e não o queiram largar. Salários, benefícios, reformas, a perpetuação do poder, tudo está feito para atrair e manter no poder escumalha com instintos mafiosos. Medidas simples como estas adoptadas pelos suecos fazem com que só vá para a política quem tem um verdadeiro sentimento de dever cívico e grande vontade de prestar Serviço Público. Em Portugal, a simples aplicação de períodos de nojo após o exercício de cargos públicos afastava metade desta corja do poder e nem isso se consegue aprovar.
Em tempos, a democracia servia para eleger de forma aberta aqueles que os cidadãos achavam ser os mais competentes para uma função. Não havia candidatos, só se elegiam os melhores que tinham que aceitar o "fardo" de servir os outros. Não era uma carreira, não era uma opção, era um dever... Como estamos longe desses tempos.
Hoje, ir para a política, é ser um "jota" da vida e desde cedo aprender como mamar na teta do Estado, como manter essa mama ad eternum e como dizer que sim a vida toda te pode fazer chegar a primeiro-ministro ou mesmo a presidente da républica. Vejam o que abanar a cabeça de forma bovina fez do passos coelho o actual primeiro-ministro e do seguro o líder da oposição. Se fosse na Suécia, na melhor da hipóteses trabalhavam no Ikea. Ou talvez não, porque o Ikea é uma empresa séria e com valores onde eles teriam dificuldades em encaixar.

segunda-feira, outubro 01, 2012

O inteligente borges II

Já agora vejam a grande inteligência a ser espremido no Hard Talk, com um jornalista a sério (daqueles que sabe do que fala, coisa rara em Portugal),


O inteligente borges

Abaixo a transcrição do excelente artigo do Daniel Oliveira sobre o "inteligente borges":


O inteligente Borges inventou um estratagema para pôr os trabalhadores, já na penúria, a financiarem as empresas através do aumento dos descontos para a segurança social e a redução da TSU. A ideia "extramente inteligente", não fosse ela do muitíssimo inteligente Borges, nunca tinha sido experimentada em lugar algum. Os empresários, como todo o resto do País, foram contra. Não por uma questão de solidariedade, mas porque acham que trabalhadores falidos são consumidores falidos. Pensam que não há exportações que nos salvem da destruição do mercado interno. Os ignorantes tiraram assim ao espantosamente inteligente Borges o Nobel que lhe estava reservado.

O tremendamente inteligente Borges é demasiado grande para este País. Tem de lidar com gente ignorante que não passaria no primeiro ano do seu curso, disse ao lado do genial ministro que fez de uma assentada um curso inteiro. Porque voltou o barbaramente inteligente Borges para a piolheira? Porque também o mundo é demasiado pequeno para ele. O FMI despediu-o por ser inteligentemente incompetente. Ninguém sabe o que fez, durante dois anos, como vice-presidente da Goldman Sachs (um entre centenas), o grupo financeiro que ajudou o governo grego a enganar a Europa e que mais responsabilidades tem na crise financeira internacional. Terão sido, com toda a certeza, coisas inteligentes.

Como Chairman da Hedge Fund Standards Board, deu uma entrevista à BBC. No Hard Talk, o estrondosamente inteligente Borgres tentou explicar a Stephen Sackur os seus inteligentes pontos de vista sobre ética e a utilidade para a economia das suas funções. Perante olhos mais ignorantes, a prestação foi desastrosa e esclarecedora. Como acontece por vezes aos intelectualmente mais dotados, dava a ideia de estarmos perante um pateta que deixava clara a obscuridade imoral do seu ofício.

Incompreendido lá fora, porque o avassaladoramente inteligente Borges vive à frente do seu tempo, regressou ao cantinho que o viu nascer. Passos Coelho contratou-o para tratar das privatizações. Que não têm, como se está a ver na TAP, corrido muito bem. É o problema de lidar com investidores externos não menos ignorantes que os empresários domésticos.

Desde que chegou, o tragicamente inteligente Borges tem dado inteligentes opiniões. Que os salários dos portugueses têm de baixar e que quem acha que os portugueses não têm de apertar o cinto está um bocadinho a dormir. Palavras do deprimentemente inteligente Borges, que saca, todos os meses, 25 mil euros aos contribuintes. Que a RTP devia ser concessionada, ficando as despesas para o Estado e o lucro para quem agarrar a mesada, propôs o pateticamente inteligente Borges. Que as despesas com os funcionários públicos correspondiam a 80% dos custos do Estado, um número assim um bocadinho para o exagerado, mas natural em alguém que, absorto no seu próprio brilho intelectual, não perde tempo com minudências. De cada vez que o incontinentemente inteligente Borges abre a boca cria um drama no governo. Diria Tchekhov: "que sorte possuir uma grande inteligência, nunca lhe faltam asneiras para dizer".

Nunca duvidei, como por estas linhas fica claro, da incomparável genialidade do inteligente Borges. O problema são os políticos, os empresários, os trabalhadores, os portugueses, o FMI, os mercados, os jornalistas, a BBC, Portugal e o Mundo. Neste País, António Borges foi, em tempos, vendido como um homem de autoridade técnica incomparável. Exposto o produto na montra pública dos media, percebe-se finalmente o seu valor. Aquilo é areia demais para a nossa camioneta. Areia que nos sai cara.



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-inteligente-borges=f757043#ixzz283QymeNo

sábado, setembro 29, 2012

relvas explica ao gaspar como as coisas funcionam (outra da Porta dos Fundos)

O problema é que em Portugal não "sobra" nada mas ainda assim "pegam"!

Porque rir também faz falta

Porta dos fundos - novo humor brasileiro no seu melhor. Se quiserem ver mais vão ao canal do youtube:
http://www.youtube.com/user/portadosfundos?feature=watch

Olhem-me este cabrão!

O antónio borges anda a ver se tem um acidente e se um maluco lhe enfia uma mocada nos cornos (nesta foto perdeu-se uma boa oportunidade, já que um garanhão podia ter-lhe tratado da saúde por trás e à bruta).
Então este cabrão cujos os méritos são dúbios e muito discutidos conforme se pode ver nestas várias notícias:
http://expresso.sapo.pt/trabalho-de-antonio-borges-no-goldman-sachs-e-um-misterio-diz-jornalista=f730476
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2556572
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=64612

Vem agora dizer que os empresários que contestaram as medidas da TSU são ignorantes?
http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/antonio-borges-classifica-de-ignorantes-empresarios-que-criticaram-a-tsu-1565117

Então esta besta não vê o que se está a passar com a execução orçamental e do marasmo económico em que estão a mergulhar o país. Receita fiscal a descer, despesa do Estado que pouco ou nada mexe, estão à espera do quê? De um milagre? Ainda não perceberam que feriram de morte a confiança dos portugueses e que estes se estão a encolher (economicamente) de forma brutal perante este cenário de catástrofe? Qual é a solução? Reduzir-lhes ainda mais o rendimento disponível e pura e simplesmente acabar com o consumo interno? Empurrar cada vez mais pessoas para a economia paralela? Esvaziar o país de pessoas obrigando-as a emigrar?

Este tipo é um dos principais mentores do passos coelho e pai da maioria das políticas que estão a ser seguidas por este governo. É por estas e por outras que começo a achar que isto vai acabar muito mal...

PS: Um recado para o borges: afirmas que os empresários que criticaram a medida não passavam do primeiro ano da tua faculdade. Eu critiquei, passei e acabei o curso na mesma faculdade. Com uma diferença, faço aquilo que tu, um pulha ao serviço de sabe-se lá quem, nunca fez: ponho as mãos na massa. Há quinze anos que faço Gestão na prática, umas vezes melhor outras vezes pior, mas sempre de uma forma honesta. E tu borges? E tu podes dizer o mesmo? O que fazes e a quem serves?

Voltei!

Volto por causa da merda em que o meu país se afunda. Tenho de pôr cá para fora o que me vai na alma senão rebento!

sexta-feira, julho 30, 2010

Morreu o António Feio

Mas não morreu tudo o que nos deixou. O seu exemplo de bravura perante o monstro que tinha de enfrentar é um exemplo. A forma como se agarrou à "ideia" da vida em vez de se fixar na morte será um dos seus grandes legados.
Actor e encenador dotado, deixa uma marca profunda no panorama do teatro, cinema e televisão. Encarnou personagens como o Toni da Conversa da Treta ou Túlio Gonzaga do Paraíso Filmes (série brilhante altamente injustiçada) que são das melhores composições cómicas alguma vez feitas na televisão e teatro portugueses. Participou também numa das melhores adaptações do teatro português e que vai ficar na história do mesmo: "O que diz Molero" e que eu tive o privilégio de assistir.
Por último tenho uma recordação muito pessoal. O António Feio foi durante todos os anos que estudei no ISEG o director do grupo de teatro da faculdade, o Kula. Não raras vezes, o vi a beber uns copos no mítico bar da faculdade, o Tarântula, com o pessoal do grupo, sem qualquer vedetismo ou manias. Apenas transmitia muita simpatia e boa onda.
Bem haja e descanse em paz

quarta-feira, abril 14, 2010

Onde pára o mérito?

Neste país a competência e mérito contam cada vez menos. Chairmans, Administradores, Directores-Gerais é tudo nomeado... Não há selecção, nem mérito, nem competência, nem nada...
A minha geração (e atenção que eu nasci nos anos 70), cresceu (ou pelo menos eu cresci) com a ideia de que a meritocracia existia e funcionava. Fui, obviamente, enganado. O que conta é um cartão de militante, um amigo numa boa posição ou a simpatia pessoal.
Mas este não é um problema deste governo como muitos pensam. É da "mama" que está montada em todos os sectores da sociedade e que eterniza e premeia a incompetência. Eu vou continuar a trabalhar para fazer sempre melhor, porque, mesmo que isso signifique uma recompensa pequena em termos de dinheiro, tem um enorme retorno na tranquilidade da minha consciência.

quinta-feira, março 04, 2010

A Manela ensandeceu de vez...

As declarações dela na comissão de inquérito que o Sócrates até ao Rei de Espanha ligou são a prova que a mulher perdeu a noção do ridículo, além de se dar a uma importância que não tem. Ela é apenas um "palhaço triste", que parece uma vítima do Joker do Batman de Tim Burton e que começa a apresentar sinais de grave loucura.
A cruzada pessoal dela devia ser no sentido de processar o cirurgião plástico que lhe fez aquilo à cara e que me parece ser o que está na origem da loucura dela. Desde que me lembro ouvir falar da Manuela Moura Guedes (finais dos anos 70) que a associo a instabilidade emocional e a uma certa dose de loucura. Apenas se tem agravado bastante nos últimos anos.
Mas ela no meio da loucura tem também os seus motivos políticos. É que anda toda a gente preocupada com a pretensa tentativa de manipulação dos meios de comunicação pelo Sócrates, mas esquece-se que esta senhora foi deputada pelo PP na Assembleia da República. Jornalismo isento? Claro, e eu sou a Rainha de Inglaterra (já que estamos numa onda de monarquia).